terça-feira, 9 de abril de 2013

O Papa levanta a bandeira gay!

O que eu li nas paginas do The New York Time Online ontem foi realmente surpreendente e não menos revolucionário para a história. O diário estampa no dia 19 de Março que o Papa Francisco já defendeu a união civil entre pessoas do mesmo sexo e que deve abrir o catolicismo para a questão.
No artigo assinado por Simon Romero e Emily Schamall o diário americano traz as seguintes palavras:  

“A Argentina estava à beira de aprovar o casamento gay e a Igreja Católica Romana estava desesperada para impedir que isso acontecesse. Isso levaria dezenas de milhares de seus seguidores em protesto nas ruas de Buenos Aires. Mas, nos bastidores, o cardeal Jorge Mario Bergoglio, que liderou a acusação pública contra a medida, falou em uma reunião de bispos em 2010, e defendeu uma solução bastante não ortodoxa: a de que a Igreja na Argentina apoiasse a ideia de uniões civis para casais gays.”. 




Até então o que parecia absurdo vem a tona de forma natural e conivente com a discussão da principal pauta global que é a união estável de pessoas do mesmo sexo. O NYT ouviu o teólogo e líder dos direitos do homossexuais na Argentina, Marcelo Márquez, que teve contato com o então bispo de Buenos Aires Cardeal Bergoglio. Ele relata que o religioso foi muito atencioso com a causa. “Ele ouviu meus pontos de vista com uma grande dose de respeito”, disse Marcelo Márquez , que para sua surpresa, recebeu um telefonema de Bergoglio menos de uma hora depois de enviar uma carta.

“Ele me disse que os homossexuais precisam ter direitos reconhecidos e que apoiava uniões civis, mas não casamentos do mesmo sexo.”  

O ativista também afirmou que encontrou duas vezes com Francisco para discutir como a teologia católica poderia apoiar os direitos civis de homossexuais.

Mas o que deixa a clara evidencia da abertura de diálogos e na trajetória de um consenso entre homossexuais e a religião católica é quando o Papa Francisco diz a seguinte frase para o rabino Abraham Skorka: 

"Se Deus, na criação, correu o risco de nos fazer livres, quem sou eu para me meter?”.

As palavras estão publicadas da revista Época deste mês. 

O mundo caminha a passos largos para uma mudança em suas estruturas, sejam de família, sejam de comportamentos ou de respeitos. Os valores sofrerão mutações e dogmas antigos cairão para que a sociedade possa se harmonizar e se tolerar. A luta dos gays pela união estável é mais uma luta que se assemelha a outras grandes lutas que tivemos ao longo da nossa história. Negros, mulheres, deficientes, religiões pagãs e tantos outros setores minoritários que buscam aceitação e boa convivência com a maioria. 

A ditadura da maioria será derrota? 

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Entrevista: Marcus Berg

No momento que o país se concentra na discussão do casamento entre pessoas do mesmo gênero, vemos a população se manifestar de várias formas. Manifestações contra a intolerância tomam conta dos principais centros urbanos do Brasil.
O estopim de tudo isso foi a escolha do pastor e deputado federal Marcos Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, o parlamentar é acusado de racismo e homofobia nas redes sociais, além de discursos ofensivos em cultos dentro de suas igrejas. 
Os protestos não partem apenas de cidadãos comuns, mas políticos e importantes figuras da classe artística arranjaram uma forma de protestar contra os discursos de intolerância que estão sendo empregados por uma parcela da sociedade brasileira. 
Aqui em Brasília ativistas do movimento LGBT e do movimento negro se unem em protestos a permanência de Marcos Feliciano como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, responsável por discutir politicas para as minorias, a pressão sobre o pastor é cada dia maior e lideranças dentro do Congresso já querem sua saída. 

O Brasília TonKo entrevista o ativista e um dos entusiasta dos protestos dentro da Câmara dos Deputados, Marcus Berg. Carioca de nascimento mas há 13 anos em Brasília, Berg está com 35 anos e releva:

" Vejo na politica a chance de fazer valer as vontades, direitos e dignidade das pessoas que dividem comigo esse país. Quero poder fazer muita coisa por nós (...) "

Marcus ajuda a organizar os protestos, conversas com parlamentares e é incisivo na busca de tolerância e igualdade entre os gêneros. 

                       


Leia agora, sem censura, a reprodução da entrevista:

B.T: A principal pauta de discussão no país hoje é a união estável entre homossexuais, qual sua opinião sobre o tema?

Marcus Berg:  Eu vim de uma geração que não podia segurar a mão do namorado em público sem ser agredido pela policia ou pela população. Eu acredito que com o casamento igualitário os jovens possam crescer com dignidade, sem estar sujeito a prostituição, maus tratos, diferenças. Certos de que em sua fase adulta, terão a chance de constituir suas famílias de forma digna.

B.T:  Você é um ativista dos protestos contra a permanência do deputado federal Marcos Feliciano a frente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, o que te motivou a participar das manifestações dentro do Congresso Nacional?

Marcus Berg: Ainda que não fosse gay, como não sou negro, nem mulher, nem deficiente e afins, entendo que alguém que defenda os interesses de um grupo no âmbito nacional tenha, no minimo, que ser sensível a causa. Não é o caso do Dep. Pastor Marco Feliciano, o próprio já justificou de todas as formas que não é o melhor representante dos Direitos Humanos embora talvez represente publicamente seus 212 mil eleitores enganados.

B.T: Acredita que estas manifestações estejam conseguindo o resultado esperado?

Marcus Berg: Acredito que está fazendo com que o povo questione suas lideranças, suas crenças, seus apelos, seus conceitos, pré conceitos formados, sua natureza e isso sem duvida  é um ganho enorme.

B.T: Na sua opinião quem é a maior liderança da causa gay no Brasil atualmente? O que destaca desta pessoa?

Marcus Berg: Poderia dizer do Jean Wyllys, da Marta Suplicy, da Erika Kokay, da Daniela Mercury. Não acho que exista de fato um personagem só. Todos temos a mesma força com impactos diferentes, quanto mais se elege um, menos argumentos e experiencias são tratadas. Acho que todos estamos fazendo um trabalho de conscientização exemplar, com paz, tranquilidade, conquistas.

B.T: A homofobia no Brasil está diminuindo? Como você vê o atual cenário da sociedade gay no país?

Marcus Berg: Não acredito nessa fobia, acredito na falta de informação. Não acho, por exemplo, que alguém saia correndo da sala ou de uma surra no primo gay que chegou pra ceia de Natal, entende? Ainda tem muito a ser feito, assim como foi com os negros, mas sem duvida  demos muitos passos importantes em direção a uma convivência melhor.

B.T: Para concluirmos, quais são suas projeções para as discussões sobre o tema?

Marcus Berg: Os questionamentos  foram feitos, lançamos a semente. Espero que germine e tenham bons frutos. Não acho que o futuro seja mais ou menos importante que o presente mas é agora que podemos fazer algo sobre o amanha, então que seja feito!

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Estamos em que século?

Informações correm pelas vias submarinas e aéreas o tempo todo, se acontece alguma coisa lá na pequena ilha de Sumatra sabemos logo aqui no Brasil. Esta tecnologia é moderníssima, a instantaneidade se consolidou nos meados do século XX junto com outras diversas ferramentas modernas.
Hoje, pela rede mundial de computadores, eu pude me deparar com duas situações bem antagônicas. 
No Kuwait, país rico do mundo árabe, respeitado e apoiado por  Estados Unidos e Grã-Bretanha , aliados na Guerra do Golfo, na década de 1990, contra o Iraque de Saddam Hussein, aconteceu um cena no mínimo definida como primitiva. Três homens foram mortos enforcados no presídio central da Cidade do Kuwait, quem executou os homens foi o próprio governo do país através do Ministério da Justiça. 
Policiais e oficiais da Justiça acompanharam as execuções.
Os homens eram um saudita (Faisal al-Oteibi), um paquistanês (Parvez Ghulam) e um árabe de origem não divulgada (Dhaher al-Oteibi). O último deles foi condenado após matar a mulher e cinco crianças e afirmar que era na verdade um Imã, um líder do Islamismo, aguardado há muito tempo.
Foram crimes brutais, é claro! Mas brutalidade se responde com brutalidade?  



A ONU (Organizações das Nações Unidas) discutiu por anos o respeito aos direitos humanos, até hoje se luta pelo respeito a vida em todo mundo. Mas quando este importante órgão global irá agir contra países que ainda insistem em manter praticas de condenações como estas? O Kuwait matou,desde que introduziu a pena de morte, em meados de 1960, 69 homens e três mulheres estrangeiras. A maioria por assassinatos ou trafico de drogas. 

Em uma matéria publicada pela BBC Brasil, em 2012, foi citado que 676 pessoas foram executadas em 20 países no ano de 2011, um aumento de 149 em relação a 2010. Irã, Arábia Saudita, Iraque, Estados Unidos e Iêmen encabeçam a lista, sendo os responsáveis pela grande maioria das sentenças. Os meios utilizados são diversos, vão desde enforcamentos até injeções letais. A publicação ainda aponta indícios de que a China seja o país com o maior número de execuções, ultrapassando os milhares, porém as estatísticas não são divulgadas pelo governo. 

18.750 prisioneiros são mantidos no corredor da morte em todo o mundo.

O pensamento que fica é, estes exemplo de comportamento para a sociedade são benéficos? A brutalidade destas mortes servem de exemplo? 

São perguntas que por enquanto estou sem resposta.

Rasgaram a Constituição na sua cara!

A Constituição do Estado brasileiro que entrou em vigor no ano de 1988 diz o seguinte no artigo 19:


 “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.



Mas o que vemos do deputado federal, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal e pastor Marcos Feliciano é um verdadeiro samba em cima deste livro de deveres e direitos tão importantes para esta Nação. Além de tornar a comissão, dentro do Congresso Nacional, em uma filial de uma de suas igrejas, onde celebra verdadeiros cultos entre uma sessão e outra da comissão e proferir frases racistas e homofóbicas,  no último dia 29 de Março, durante um culto na cidade de Passos (MG), este 'espirituoso' homem proferiu as seguintes frases:



“Essa manifestação toda se dá, porque pela primeira vez na história desse Brasil, um pastor cheio de espírito santo conquistou um espaço que até ontem era dominado por satanás”



Além do total desrespeito pelos que o antecederam nesta comissão, Feliciano demonstra, mais uma vez, descumprir totalmente a Constituição Federal, não só no Artigo 19, mas já no primeiro e no quarto artigo, que trás assim:


Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 

III - a dignidade da pessoa humana;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;




  





Eu sinceramente gostaria de saber onde estão os eleitores do Dep. Marcos Feliciano,  estão contra ou do lado desde lamentável homem que os representa no Congresso Nacional? 

Nestes circo de horrores que estamos presenciando, mais do que nunca, não podemos nos calar enquanto este homem permanecer presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.


O Brasil retrocede com homens como Marcos Feliciano, agora sim, estamos a caminho do inferno!